segunda-feira, 28 de abril de 2008

Pobres árvores da nossa região:

Categoria: Paisagens e lugares
Autor: Robinson Dias

Caminhando pelas ruas da zona norte e outros bairros outrora repletos de árvores nas ruas, me aborrece ver uma aqui, outra alí, isoladas e depenadas ou, com os troncos machucados, rachados, descascados, e o pior de tudo, com as raízes totalmente cobertas com a concretagem das calçadas, não permitindo que a água penetre na terra e alimente a planta. É um verdadeiro crime cometido por pessoas que, sem a intenção cometem com esses seres vivos que tanto nos fornecem benefícios, abrigam os pássaros, nos dão oxigênio, seus frutos e até mesmo nos serve de leito desde o nascimento ao eterno.
Não são somente populares dos bairros que impermeabilizam as calçadas ou fazem o desbaste e abate de árvores um dia plantadas nas suas calçadas, temos ainda os serviços da prefeitura que também pouco o faz para reverdecer as ruas, basta olhar ao redor dos bairros da zona norte, quer um exemplo: olhe as calçadas da Av, Pery Ronchetti, em gente á escola Rita Bicudo Pereira não houve árvores plantadas, recentemente a calçada foi reconstruída e novamente nenhuma árvore foi plantada. Olhe em frente os comércios que proliferam na região da vila Amália e Lauzanne, e por fim, olhe nas calçadas em frente a sua casa.

As árvores não nos pedem adubo, agrotóxicos, fertilizantes. Elas só nos pedem que ao redor de seus troncos, em um diâmetro de 50 cm, deixemos a terra nua para que a chuva possa chegar às suas raízes, e pedem POR FAVOR: não construam aqueles malditos murinhos em torno da árvore, a menos que você a adote e se obrigue a diariamente molhar, dentro da piscininha seca, onde todo mundo joga pontas de cigarro, latinhas de cerveja, lixo e outras porcarias.Estamos em 2008, e logo estaremos em 2009, e nesses últimos séculos nós somente causamos prejuízos à natureza.

Perdão, Irmãs Árvores, perdão pela nossa ignorância, descaso, oportunismo e perversidade, e esse pedido de perdão é o mesmo que pedimos aos excluídos, aos agredidos socialmente e a todos aqueles a quem a humanidade cometeu crimes de todas as espécies.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

São Paulo debate descentralização da Gestão Florestal no Brasil

Especialistas ambientais discutiram hoje, 17.04, na sede do Instituto Florestal a atual situação da descentralização da Gestão Ambiental em nosso país.


O Instituto Florestal, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, foi o local do encontro do Grupo de Ação do Setor de Base Florestal em São Paulo. A reunião que aconteceu hoje, 17.04, teve como objetivo avaliar o atual estágio do processo de descentralização da gestão florestal no Estado de São Paulo e discutir a integração do sistema de origem florestal no Brasil e sua aplicação em nosso estado.
O Programa São Paulo Amigo da Amazônia, que é desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, é um dos exemplos da parceria estabelecida com o Governo Federal no sentido de conter o desmatamento nessa região do Brasil. “O programa já está na sua segunda fase. Em um primeiro momento a fiscalização era primordial, hoje, a silvicultura, já integra uma nova etapa.” – esclarece Cláudio Henrique Monteiro - Diretor do Instituto Florestal.
O Estado de São Paulo apresenta áreas, que necessitam ser aperfeiçoadas, no sentido de começarem a suprir um consumo de madeira plantada, como o eucalipto que foi introduzido em nosso estado na década de 30. Esse avanço se deve principalmente ao esforço de tornar a silvicultura uma técnica aplicada em solos paulistas, com o objetivo de evitar o desmatamento e suprir o mercado com uma madeira plantada, que é renovável indefinidamente. Essa ação irá convergir para sustentabilidade do Estado.


São Paulo conta com 1 milhão de hectares de área reflorestada de eucaliptos, pinus e seringueira, que são consumidos na construção civil e pelo setor moveleiro.”Como se criou junto à comunidade o conceito de que a caça é ilegal temos que criar o conceito de usar uma madeira legal” – salienta Cláudio Monteiro.


Para Francisco Kronca, pesquisador do Instituto Florestal, a madeira da seringueira é de ótima qualidade para móveis e hoje ela é principalmente utilizada na confecção de carvão. “ A madeira da cultura da seringueira no pólo da Borracha de São Paulo pode substituir a demanda de madeira da Amazônia.” – pondera o especialista do IF.


Os 645 municípios do Estado de São Paulo já possuem, cada um deles, um mapeamento florestal, informação vital, por exemplo, para consolidar projetos como o “Município Verde” desenvolvido pela atual gestão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. “O maior patrimônio do nosso trabalho é a equipe técnica que compõe o instituto que faz o que gosta” – justifica Kronca.
Para Fernando Paiva, Diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, um dos palestrantes presentes ao encontro, “a parceria com os estados e municípios da união e fundamental para gestão florestal compartilhada”. O conceito emitido pelo especialista é compartilhado pelo representante do IBAMA, Carlos Fabiano, que completa a informação ressaltando a importância do banco de dados das áreas de floresta.


O estado de São Paulo conta com uma plantação de 12 mil hectares /ano de borracha com uma meta de plantio de mais quinhentos mil hectares. “Devemos sempre reforçar que ser amigo da Amazônia é não esquecer dos projetos de sustentabilidade desenvolvidos na região. “São Paulo quer abrir as portas para uma madeira legalizada vinda da Amazônia e completar a sua necessidade de mercado com madeira plantada em seu território” – conclui Cláudio Monteiro.


Texto Cris Couto
Fotografia Robinson Dias